Continuando...
Vendo o estado daquelas duas subindo cambaleantes as escadas que davam acesso aos banheiros do Guapo, uma delas com o cabelo vomitado e a outra a ajudando a subir com a mão justamente em cima da porqueira, eu ri. Meu Deus... até que profundidade um ser humano pode chafurdar na lama? Hehehehe
A resposta quem me deu foi Débora, amiga das duas, que conseguiu ir além na porquice. Não, ela não estava vomitando (ainda), mas na primeira vez que a avisto no Guapo, ela já estava agarrada com o Bruno, um Zé Mane que escrevia no Timelei. Poucas coisas nessa vida podem ser mais lamentáveis e pender tanto contra a reputação de uma mulher quanto essa. Pergunta se ela vomitou no final da festa.
Então recapitulando: Vivi sóbria, Larriza doidona, Marcela e Letícia mostrando que vômito é mais eficiente do que argamassa para sedimentar uma relação de amizade e Debrinha pegando uma virose, por assim dizer. É informação demais para uma cabeça só. Sem ter colocado uma gota de álcool sequer na boca, EU já estava meio torto.
A bela das costelas
Bom... dança pra lá, papeia pra cá, até que já era pra lá das 3 da matina, estamos eu e Christiano – que a essa altura já não estava mais pegando a “caloura Silvia” – conversando na “esquina” do Guapo. Pra quem não conhece, o Guapo Loco é uma casa de esquina e lá dentro ela se reproduz, formando uma quina no espaço reservado para mesas, enquanto a pista é um quadrado de canto.
Lá estávamos eu e Christiano de papo, quando uma dúvida surge. Já havia algum (bom) tempo que chamava a minha atenção uma menina que já não estava sentada à mesa, mas debruçada sobre ela. Lembra da época de criança, quando a tia dizia “Todos de cabeça baixa!” e geral obedecia com medo? Era algo mais ou menos assim que estava acontecendo ali, mas quem mandava a menina abaixar a cabeça era o Tio Fígado.
- Christiano, quem é essa pobre coitada? A mulher ta deitada aí quase a noite toda!
- Cara, acho que é a “Caloura Irene”.
- Quem?!
- A Caloura Irene.
- Sei quem é não.
- Ih... ta de bobeira, Leo. Irene é sensacional.
- Cara, daqui e da forma como ela se encontra, o que posso dizer é que ela tem uma coluna maneira e um cabelo bem tratado.
O efeito dominó
Nesse momento, a pretensa Irene, pobre menina, começa a mexer seu corpo, com se chamasse ele, Raul. Mas antes disso, é preciso que você entenda o cenário. Irene estava numa mesa bem na quina e tinha a gente em pé ao seu lado. Do outro lado, na nossa direita, numa mesa estavam dois casais acabados, um deles era Debrinha e sua Vergonha. Na mesa mais adiante, estavam mais 3 calouras, também esperando o juiz abrir contagem.
Irene não resistiu, mas pelo menos teve a dignidade de virar para o lado e vomitar no chão, provocando um “Ô caralho!!!” do Christiano, que se encontrava ao lado dela e precisou dar um pulinho pra não ser atingido. O que era pra ser um show solo tornou-se um encontro de tenores.
Débora estava de frente pra Irene, não resistiu à cena e foi à lona em cima da própria mesa – até hoje não se sabe se a causa vomitus da Débora foi a Irene ou um segundo de sobriedade que fez com que ela visse quem estava pegando. Bruno, seu peguete, viu aquela cena e também perdeu, também em cima da mesa. A mesma reação acometeu o casal que com eles dividia a mesa, ou seja, só essa mesa já reunia quatro panquecas ao maior estilo Jackass, servidas sequencialmente, como em todo bom rodízio dessas porcarias que se come por aí. A mesa ao lado não resistiu e replicou a cena mais 3 vezes. Voilá! Agora pode mandar o Johnny Rotten entrar!
Daí pra frente, o que se viu foi a intensa remoção dos corpos para o Miguel Couto, amigos solidários, veteranos interessados e tudo mais.
No final das contas, o raio do caixa ainda me vem cobrar 10%. Tenha santa paciência.