quinta-feira, 3 de abril de 2008

Acredite se puder

Primeira semana de aulas é sempre uma parada diferente. Ainda mais em tempos de faculdade. Sabe como é... galera ficando adulta, experimentando os primeiros ares da independência, sexualidade na ponta dos cascos, mulherada já consciente de que já está na hora de dar mesmo e sem aquela preocupação do que os outros. Da rapazeada eu nem vou falar porque, em nós, a vontade de trepar, na maioria dos casos, chega antes do sujeito aprender a falar. É só ver uma das primeiras palavras que o bebê homem diz é "mamá" e depois que aprende, não pára mais de pedir pelas tetas da mãe.

Mas voltando: é esse cenário de extrema ebulição sexual que se apresenta sempre que um novo semestre se inicia e novas calouras adentram as arcadas neo clássicas da ECO. Entre arrozes, Djavans, playboys e manés, é todo mundo querendo tirar casquinha de alguma novata, se aproveitando da onda que é ser veterano (yeah... right).

Entre tantos episódios que marcaram a entrada dos calouros de 99-1, nossos primeiros calouros portanto, um foi um tanto quanto curioso. Uma daquelas cenas que você JAMAIS vai ver novamente, porque... porra... porque... ah, porra... porque não vai.

O colega Eduardo

Nessa época, o Dudu ainda era Eduardo Pink Floyd. Tá, ok... Que merda de forma de reconhecer uma pessoa é essa? Eu sei, é uma merda, mas eu só conhecia o cara das partidas de sueca no IFCS e de algumas reuniões preliminares do Mãe da Foca. Isso é tudo culpa do André, que se referia ao cara dessa forma, fazer o que.

Conhecia pouco o cara, mas a idéia que eu tinha era a seguinte: sujeito boa praça, ligeiramente radical, bom papo, convicções fortes e essencialmente um cara rock and roll. Daqueles caras que cospem na cara da rainha, esculacha tudo aquilo que for lixo musical e não têm papas na língua meeeeeesmo. Três referências eram importantes: Pink Floyd (não só pelas merdas que o André fala, mas pela camisa surrada e manjada que diz I Hate Pink Floyd), punk rock e Iron Maiden.

Sentiu a cena? Pois bem... adiante.

De volta ao Sujinho

Era quinta-feira. Os calouros já começavam a se ambientar e o ranso do trote já iam ficando pra trás. Terminada aquela tarde, geral pro Sujinho beber e nessas vagabundo já vai descobrindo as calouras que bebem e que vão acabar virando parceiras de copo de um e de outro.

Nos vários grupos que se espalhavam pelo Sujo, um chamava atenção. São vários homens, entre calouros e veteranos de diversos períodos. Me lembro de ver Eduardo, Christiano, Eric, David, Fasano, Alexandre, e mais um sem número de inexpressivos anônimos ao redor de uma única caloura: Joema. Ah, Joema...

Não vou entrar nos detalhes de quem é Joema (ah, Joema...) porque ela merece um tópico especial e ele terá seu momento. Por hora, basta saber que Joema é uma baiana de fala suave, cabelos lisos, finos e loiros (na época), sorriso fácil, rosto delicado e um corpo que Deus que me perdoe.

Papo vai, papo vem e, como não se pode falar em futebol com uma mulher daquele naipe presente sob o risco de ela trocar de rodinha, algum infeliz resolve falar de música. Sabe como é... tá na hora de ver afinidades e tentar alguma coisa, vai que ela diz que gosta de Djavan. Entre ditos e não ditos, Joema me larga que, como boa (e põe boa nisso) baiana, gosta de Axé.

Houve murmúrios de aceitação (quem não aceitaria aquela opinião?) e concordâncias moderadas do grupo. Do além surge uma voz um tanto quanto familiar que diz: "Pois é... eu gosto da Ivete. Ivete é legal e tal." Todos ali poderiam concordar e até dar ênfase àquela opinião, menos ele, menos Eduardo Pink Floyd. Puta que pariu!

Alguma vez na vida, você já esteve diante de um copo de suco de maracujá, bem bonito, amarelinho, consistente e pedindo pra ser bebido? Você veio de uma partida de futebol e está morrendo de sede, o copo sua e tal. Você pega a colher, mistura 3 porções de açúcar e bebe. Só que, ao invés de açúcar, você, animal, colocou sal naquela merda. O cara leva alguns instantes imerso numa sensação que pode se comparar à catatonia e, antes mesmo de perceber o gosto de merda que tem na boca, ele ainda tem tempo de pensar um ligeiro "Puta merda". O nome disso é dissonância cognitiva e foi precisamente essa sensação que todos naquela roda experimentaram ao ver o Dudu, logo ele, com a cara mais lavada do mundo, dizer que aprecisava o bom som da coxuda Ivete Sangalo.

Nesse momento, ele se mostrou ser um sujeito digno de todas as honras do clube dos canastras.

7 comentários:

Unknown disse...

Confirmado e atestado por uma das testemunhas...tanto da joema, quanto do dudu...

João Pequeno disse...

Dez anos, taquipariu... E pensar que eu já tava na Eco há três hehehe

E a camisa persiste...

João, que já conhecia o Dudu, nascido no mesmo dia, aliás (12/08/1977)

Hagen disse...

Ae Leo, se liga nisso. Antes de ir pra Eco, trabalhava de garcom numa creperia em Itaipava. tava servindo uma patricinhas todas bonitinhas e tal, contentes. E uma delas nao fazia o pedido nunca. A amiga se desculpou e disse que ela tava empolgada porque tinha passado pra UFRJ. Eu perguntei "em que?". no que ela falou comunicacao eu pensei "Ai papai, sera que eu pego essa". Mas so falei. "Po, parabens, vamos ser colegas, porque eu tb passei pra Eco".
O nome dela era fernanda, de PP, mas saiu no segundo periodo.

Hagen disse...

vc se lembra dessa mulher?

Leo Pinho® disse...

Do meu período ou do seu?
Papou ou não papou?

Hagen disse...

do meu periodo. Fernanda, loirinha. nao eh a de jornal que depois se tornou minha namorada, eh fernanda de pp. Mas saiu no segundo periodo para fazer direito na Uerj.
E calouro papa alguem??? Homem eh tao otario nessa epoca que a minha ex-namorada depois de todas as indiretas teve que mandar a amiga falar que ela tava afim de mim...

Leo Pinho® disse...

Pode crer... eu to lembrado de uma história dessas e que rolou uma comoção geral pela saída dessa mulher. Mas dela mesmo, eu não to lembrado.